Carta 000 - Resposta a diversas cartas

13/12/2008 08:39

Devido à quantidade de mensagens que estou recebendo e à minha pouca disponibilidade de tempo, esclareço que algumas cartas podem levar algum tempo para serem respondidas, sendo prioritárias aquelas em que os remetentes estão pedindo ajuda, aconselhamento ou que querem que eu forneça outros materiais ou indicação de literatura evangélica esclarecedora sobre os temas que abordo nesta página. As mensagens que não atendem aos critérios definidos no site são descartadas sem ser lidas. E aquelas que atendem aos requisitos, mas se prendem à crítica sem argumentos ou fundamentos bíblicos lógicos normalmente são respondidas apenas com um agradecimento pela participação.

 

Sei que algumas pessoas ficam contrariadas pelas críticas que dirijo ao sectarismo evangélico, mas não há qualquer intenção de ofender ou menosprezar pessoas. Desejo apenas trazer à reflexão um ponto de vista que pode alertar quanto à falta de união e à desconexão de membros de um mesmo corpo, o que acredito ser prejudicial à disseminação do evangelho verdadeiro do Senhor Jesus. Esta convicção procede de minha própria experiência de vida, a qual relatei no meu testemunho sobre o tempo em que fui pastor da Igreja Cristã Maranata - ICM. Como contraponto, elaborei um texto sobre “o corpo de Cristo e o sectarismo” que pretende rechaçar a prática sectária no meio evangélico.

 

Não tenho dúvidas de que mesmo os membros de igrejas evangélicas sectárias sejam servos de Deus, sinceros e zelosos pela fé que professam. Considero-os, todos, irmãos em Cristo Jesus e desejo que continuem trabalhando em prol do reino de Deus onde estão, mas espero que minhas observações possam levar a eles a consciência de que os demais trabalhos realizados pelos irmãos de outras congregações são igualmente válidos e importantes.

 

Quanto a mim, devido à minha percepção sobre o corpo de Cristo, seria impossível admitir que a atitude sectária seja benéfica aos crentes em Jesus. Ao contrário, sei o quanto isto alimenta atitudes e sentimentos repudiados pela palavra de Deus. Exemplo disso está na própria mensagem do Senhor Jesus, que disse aos seus discípulos que eles seriam identificados como seus seguidores se amassem uns aos outros (Jo 13:34-35). A mensagem da igreja não pode ser diferente (Rm 12:10), uma vez que Jesus é a sua fonte de inspiração e vida.

É claro que nem todos são capazes de compreender isso. Em especial, aqueles que absorveram a prática do sectarismo evangélico se sentem ofendidos por alguns de meus textos e reagem com mensagens desrespeitosas ou ofensas pessoais. Entendo que tais pessoas agem de modo apaixonado pelos seus pontos de vista e que simplesmente perdem a condição de refletir sobre qualquer outro ponto de vista que não seja aquele que defendem.

 

Para não deixar ninguém sem resposta, mesmo aqueles que enviam mensagens apenas expressando sentimentos apaixonados, reuni aquelas de conteúdo semelhante e elaborei a seguir algumas colocações capazes de respondê-las.

 

Quanto aos comentários sobre meu testemunho do tempo em que fui pastor da ICM, creio que basta esclarecer que se trata apenas uma história combinada com a minha percepção dos fatos que vivi. A intenção não é ofender a instituição religiosa onde fui inicialmente instruído nos caminhos do Senhor, muito menos seus membros.  É apenas uma história, um testemunho de vida. Nada mais. Seja como for, peço perdão se a história que contei e a minha percepção dos fatos ofende alguém de algum modo.

 

No que diz respeito às presunções sobre minha vida, posso assegurar aos amados que as ilações das mentes indignadas comigo partiram de premissas falsas. Os tópicos a seguir foram elaborados em resposta a mensagens que recebi:

 

 - não tenho qualquer ferida na minha alma (quem me conhece sabe disso);

 

 - sou muito bem resolvido na minha vida afetiva, familiar, profissional, econômica  e espiritual;

 

 - não estou infeliz, não estou carente, não estou angustiado, não estou magoado com ninguém, não sou um revoltado com a vida;

 

 - não saí da Maranata expulso, mas por minha livre iniciativa. Saí porque o chamado de Deus foi mais forte. Só obedeci. Nunca, em momento algum, senti arrependimento pela minha decisão. Eu e minha família sabemos que fizemos o que devia ser feito. Estamos muito mais felizes agora, sinceramente;

 

 - não estou buscando aprovação ou desaprovação dos leitores. Apenas expresso minha história e minhas percepções sobre vários assuntos. Não espero que todos concordem comigo, pois sei que há muitas percepções diferentes sobre os mesmos fatos – isso é normal;

 

 - não abandonei minha primeira fé em Jesus. Apenas evoluí meu entendimento sobre alguns conceitos básicos da vida cristã, os quais me proporcionaram uma qualidade de vida melhor e uma benéfica reordenação das minhas prioridades que agora são: primeiro Deus; segundo minha família; terceiro a instituição religiosa; etc.

 

 - não criei este espaço de cartas na internet como forma de ataque à ICM ou a qualquer de seus membros,  pois os tenho como irmãos amados. O site tem o propósito de difundir idéias cristãs pela publicação de textos, artigos, mensagens, estudos, testemunhos etc.

 

Com essas observações, sei que muitas dúvidas podem ser eliminadas, dispensando muitas indagações futuras.

 

Por fim, é bom esclarecer que meus textos não têm o propósito de colocar em dúvida a salvação de outras pessoas ou grupos. Isso não passa pela minha mente. Porém, sei que a cura das mazelas da alma nada tem a ver com salvação, pois podemos ser salvos e vivermos uma vida medíocre e cheia de sofrimentos desnecessários aqui nesta terra. Na trajetória da minha vida vi muitos crentes em Jesus (salvos), freqüentadores assíduos de igreja, mas que tinham um casamento péssimo (fachada), filhos que quando chegavam na adolescência deixavam a igreja revoltados pela falta de atenção  e tempo dos pais e sofrendo com angústias da alma sem saber a quem recorrer. Por isso, apresento algumas alternativas em meus textos.

 

Que Deus abençoe sua vida e nos preserve em paz.

 

Em, 13 de dezembro de 2008.

 

Pr. Sólon.