Carta 90

02/07/2013 14:39

De: JOÃO

Em: qua 30/12/2009 10:22

Olá, pastor Sólon, a paz do Senhor !

Meu nome é JOÃO, moro na (...)-MG e sou ex-membro da ICM.

Acessei o seu site e tenho lido as cartas de muitos irmãos relatando o quanto sofreram quando membros da ICM e daqueles que ainda estão sofrendo lá, que não saem por medo de que lhes aconteça algum mal ou porque pensam que é só na ICM que podem servir a Deus, pois é isto que os líderes da ICM passam para as ovelhas a fim de não perdê-las.

Gostaria de relatar a minha experiência, pois penso que poderei ajudar a estes irmãos que estão enfrentando esta luta e ainda terei a oportunidade de deixar registrada também a minha história.

Pois bem, congreguei 27(vinte e sete) anos na ICM. Conheci esta igreja em 1982, chegando ao diaconato por 02(duas) vezes. Na 1ª vez que fui levantado ao diaconato,ainda era solteiro, em 1984. Servi ao Senhor cerca 08(oito) anos nesta condição, quando então houve uma “orientação” que disseram ser do Senhor em que os diáconos solteiros deixariam o diaconato até que se casassem e seriam então levantados novamente caso fosse da vontade do Senhor. Passei por tudo isto e em 2002 fui levantado ao diaconato pela 2ª vez após ter me casado em 1998.

Gostaria de ressaltar que sempre procurei fazer o melhor quando estive como membro na ICM. Servi em vários ministérios como diácono responsável pela igreja na ausência do pastor, ou seja, tinha que suprir a ausência do pastor e isto acontecia diariamente, pois os pastores da ICM quase não iam às igrejas devido às muitas reuniões das quais participavam. E ainda colocavam grupo de louvor, trabalho das senhoras, professoras de classes, jovens sob a minha responsabilidade. Já fiquei também responsável por trabalho (pequenas igrejas em outros bairros).

Tudo isto me cansava muito, mas procurava fazer tudo com zelo, pois sabia que estava fazendo para Deus e ele é merecedor, pois não poupou o seu próprio filho para morrer em nosso lugar.

Pois bem, no ano de 2005 houve uma troca de pastor na ICM em que eu congregava no bairro (...). Saiu o pastor (...) e foi colocado em seu lugar o pastor (...). Nesta época, eu estava como diácono nesta igreja. Então o pastor (...) me colocou como responsável pela igreja em sua ausência, ficando também neste ministério  como em outros responsável por grupo de louvor, trabalho com os jovens, professoras de classes, além de ter que estar sempre pronto para assumir as pregações que quase sempre ficavam sob a minha responsabilidade. Até aí tudo bem, pois o Senhor sempre renovava o ânimo e nunca faltou a sua graça.

Foi quando então, no ano de 2007 este pastor, o (...) começou a “retribuir” a minha cooperação em seu ministério. Em um determinado dia, meu irmão, que também é pastor na ICM me disse que os coordenadores da área e do pólo iriam à igreja para terem uma conversa comigo, pois o (...) havia levado uma queixa contra mim na reunião de pastores. A queixa consistia no seguinte: um obreiro havia dito a ele que eu dissera que já estava passando da hora dele  sair da igreja de (...).

Na verdade, ele já vinha remoendo isto dentro de si há muito tempo, pois vinha tratando-me mal e à minha esposa sem que eu soubesse o motivo. Só passei a entender, quando tomei conhecimento desta queixa que ele fez na reunião de pastores. O pior é que ele nunca me procurou para saber se aquilo que o obreiro lhe havia dito era verdade. Ele queria se vingar de mim, mas precisava ainda de algo mais forte para ter de que me acusar, chegando ao ponto de insinuar de púlpito que minha esposa era uma inútil e com isto ela parou de ir à igreja. Os coordenadores vieram para a conversa, mas não encontraram nenhum motivo para me punirem e o pastor (...) ficou decepcionado por não ter conseguido o que almejava.

Consegui convencer minha esposa a voltar para a igreja e como ela era do grupo de louvor e haviam ensaios aos sábados, ela voltou exatamente neste dia e participou. O pastor ficou sabendo e no domingo pela manhã mandou um recado através de um irmão para que minha esposa nem se assentasse com os irmãos do grupo de louvor, pois à noite ele tinha uma orientação a transmitir a ela. Neste domingo, à noite, ele chegou à igreja muito nervoso e em meio a outros irmãos, com o dedo em riste em direção à minha esposa, disse-lhe que não se assentasse com o grupo de louvor pois, após o culto iria conversar com ela.

Ao perguntar do que se tratava, respondeu-lhe que só conversaria após o culto e chamou-a de oprimida. Após o culto, ele chamou a mim, minha esposa, um diácono e sua esposa para conversar e disse que a partir de aquele dia ela estaria suspensa de todas as atividades que desempenhava na igreja. Eu lhe disse que nada daquilo teria acontecido se ele não tivesse tomado aquelas atitudes para com ela. Então, ele me disse que na “igreja dele” eu não seria mais diácono, ou seja, como os coordenadores não me puniram como era o seu desejo, ele o fez. Isto aconteceu em julho de 2007. Procurei os coordenadores e pedi autorização para irmos para outra ICM, pois não queríamos mais ficar com o pastor (...). De pronto nos atenderam e nos orientaram a congregarmos na igreja do bairro (...). Disseram-nos também que teríamos vida normal na igreja, voltando a desempenhar nossas atividades, ou  seja, não seríamos perseguidos nem tratados com restrição.

Nada disso se cumpriu e aconteceu exatamente o contrário. Passamos a ser tratados com descaso, imposições e proibições. Eu perdi o diaconato e fui proibido de ir ao púlpito para pregar a Palavra e dirigir o louvor e minha esposa foi proibida de fazer qualquer coisa na igreja. Ficamos nesta situação pelo período de 01 ano e 08 meses. Isto me causou muita tristeza, visto que sempre fui muito ativo na igreja. Humilhamo-nos e nos submetemos a todas as exigências que nos fizeram neste período e até apelei pela ajuda de outros pastores na tentativa de que aquela punição e imposição tivessem um fim e de nada adiantou. Então, começamos a perder a alegria e ânimo de ir à igreja e ausentamo-nos por mais ou menos 01(um) mês e ninguém nos procurou. Mas, o Senhor não nos rejeitou, aleluia! Começou a nos falar através de sua Palavra e a nos conceder sonhos mostrando-nos para sairmos.

Saímos, como o Senhor nos orientou  e em março de 2009 fizemos uma visita à (...) e lá estamos e estaremos até que o Senhor queira. Hoje nos sentimos felizes, mas no princípio foi difícil, pois o culto é bem diferente do padrão que vivenciamos durante tantos anos. Vieram dúvidas, mas estas foram dissipadas. Um dia, ao orar a Deus, ele me disse: “porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários.” ICor. 16:9.

Espero que com este relato possa ajudar quem sabe pelo menos a 01(uma) pessoa. Mas, como diz a Palavra: “uma alma para o senhor vale mais  que o mundo inteiro.”

Muito obrigado, a paz do Senhor e que Deus vos continue abençoando.

(...)-MG, 27 de dezembro de 2009.

JOÃO

Obs: Gostaria muito que esta carta fosse publicada integralmente. Não tenho restrição alguma quanto à divulgação do meu nome e ICM à qual pertencia.

 

De: joao@ig.com.br

Para: Pastor Sólon

Em: seg 25/01/2010 23:47

Olá pastor Sólon, a paz do Senhor! Meu nome é JOÃO e recentemente enviei-lhe uma carta, a qual gostaria muito que fosse publicada e isto não aconteceu ainda.

Penso que poderia através do relato que fiz ajudar a algumas pessoas, pois congreguei na ICM durante 27 anos e fui vítima de uma situação que às vezes alguém pode estar passando de forma semelhante à minha. Fui vítima de vingança por parte de pastor. Pode isso? Um pastor ser vingativo? Mas isto aconteceu comigo na ICM. O título da minha carta poderia ser Pastor Vingativo, pois cairia muito bem. Fui vítima também de perseguição, exclusão, imposição, mas um dia resolvi sair e o fiz por orientação do Senhor Jesus. Tive uma experiência muito linda em um momento de muita tristeza devido à situação que vivi lá, pois em meio às atitudes anti-bíblicas que tiveram para comigo depois de tantos anos na ICM, o Senhor Jesus nunca me desamparou, pois alem do refrigério do seu espírito nos momentos de dor e tristeza, ele me orientou falando comigo inclusive através de sonhos para que eu saísse da ICM.

Saí e estou muito feliz, congregando em uma igreja onde há amor, amizade sincera, comunhão, unidade e principalmente onde se vive realmente o que se prega, coisa que não acontece na ICM. Por favor, publique a carta que lhe escrevi e mais este trecho que acabo de escrever. Quem sabe poderei ajudar alguém?

Muito obrigado e que Deus continue abençoando muito o seu ministério. A paz do Senhor!

JOÃO

Obs:Não tenho receio a que o meu nome seja publicado.

 

 

De: CeenSO

Para: joao@ig.com.br

Em: qui 28/01/2010 14:23

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

 Fique tranqüilo, sua carta será publicada juntamente com algumas outras que já separei. Como somente eu faço as publicações, devido aos cuidados que devem ser tomados quanto à intimidade das pessoas, preciso de algum tempo para me dedicar a essa tarefa. Creio que no feriado de carnaval terei tempo para isso.

 Fico feliz por ver que você está bem.

 O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

 Pr. Sólon.