Carta 268

02/07/2013 17:37

DATA DA PUBLICAÇÃO: 19/3/2013

 

De: Carlos Sandri <pr.carlossandri@hotmail.com>

Para: Grupo Pastores

Data: 16 de março de 2013 11:01

Assunto: CONTATO

Amados irmãos, paz!

Quero compartilhar com os irmãos, a minha grande alegria pela realização do último Seminário S.R.V.

Aos irmãos e irmãos de Brasília, quero agradecer pelo apoio, carinho e pelo ensino, não só pelas palestras, mais principalmente pelo exemplo deixado.  Vidas que participaram do evento, observaram a amizade, atenção e o carinho dos amados com as vidas que participaram. O que mais marcou, foi ver os irmãos JUNTOS COM O REBANHO, a simplicidade em nosso meio.

Queridos, temos que lutar para manter sempre essa postura, esse é o exemplo   deixado pelo Senhor, infelizmente raro no meio evangélico.

Gostaria de sugerir, a realização nesse ano de dois Seminários.

I)    PRINCÍPIOS                                                   DATA   (  ) JULHO DE 2013

II)   SEMINÁRIO DE RESTAURAÇÃO DE VIDAS    DATA   (  ) NOVEMBRO 2013

Estarei aguardando o retorno dos irmãos, havendo concordância, prepararemos a agenda.  Fico no aguardo.

Um abraço á todos.

Pr. Carlos Sandri

CEEN-CASCATINHA

 

          

De: Pr. Sólon

Para: Carlos Sandri <pr.carlossandri@hotmail.com>

Data: 19 de março de 2013 02:19

Assunto: Re: CONTATO

Prezado Pastor Carlos Sandri, que a paz do Senhor Jesus seja com todos vocês.

Inicialmente, preciso desculpar-me pela demora em responder. Estou atrasado com alguns compromissos, mas pretendo organizar-me para não deixar coisas importantes para trás.

E por falar em coisas importantes, dou graças a Deus pela oportunidade que tive de trabalhar com vocês no Seminário de Restauração de Vidas aí no Rio de Janeiro. Como sempre afirma o Pr. Ademir, ninguém faz nada sozinho. Isso é um fato. E, depois de 10 anos lutando por uma causa, a do evangelho puro e simples, podemos olhar para trás e aprender alguma coisa.

Permita-me compartilhar uma experiência pela qual passei há 8 anos.

No ano de 2005, logo após eu ter abdicado do exercício do meu chamado na Igreja Maranata, eu estava em dúvida quanto à igreja a qual eu me integraria como membro. Eu sabia que não poderia ficar isolado, pois a minha responsabilidade não era apenas comigo mesmo, mas com minha primeira igreja, a minha família. Ademais, eu sempre soube que o isolamento não é uma atitude sábia e não se coaduna com o amor de Deus:

"1 O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria." (Provérbios 18:1)

"4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, "5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;" (1 Coríntios 13:4-5)

Ante isso, busquei os grupos com os quais eu me identificava e que tinham as mesmas origens que eu. No meu entender, essas pessoas tinham maior possibilidade de me ajudar, pois eles já tinham passado pelo que eu estava passando. Naquele tempo, em Brasília havia duas igrejas que tinham se formado com irmãos egressos da ICM: a Igreja Cristã Aviva (ICA) e a Comunidade Evangélica Entre as Nações (CEEN). Antes que eu me decidisse, procurei conhecer as duas.

A ICA, embora mais nova que a CEEN apresentava mais solidez e uma rápida prosperidade. O pastor presidente era o Fonseca, um homem que estava no meu mais alto conceito como propagador do amor de Cristo. Junto com ele estavam três homens experimentados no evangelho, o Pr. Venâncio, o Pr. Roberto Ninaut e o Pr. Carlos Alberto. Além desses, participava da estruturação da Igreja o homem que foi instrumento de Deus para que meus olhos se abrissem, o Pr. Márcio Ramos.

Enfim, ali na ICA estava a nata.

Na oportunidade, participei de um culto da ICA e a igreja estava lotada. A mensagem do Pr. Fonseca foi maravilhosa e com autoridade falou a um público entusiástico. Nada lhes faltava. Havia obreiros, instrumentistas, estrutura física apropriada e dinheiro suficiente para a realização de seus projetos.

Na outra ponta da minha dúvida estava a CEEN. O pastor Ademir eu mal conhecia. Afinal, ele nunca esteve entre os maiorais na ICM e nunca havia participado dos meus grupos de relacionamento. Além disso, lembro-me que, após a sua saída da ICM, ele passou a ser motivo de escárnio entre os pastores da ICM aqui em Brasília. Por isso, eu olhava para ele com reservas.

Mesmo assim, assisti a alguns cultos e participei de algumas reuniões da CEEN. Tudo era muito estranho para mim. O culto era muito diferente do que eu estava acostumado: palmas, mãos levantadas, jovens inexperientes à porta, música alta, mulheres pregando e um gazofilácio bem em frente ao púlpito. Nada poderia ser pior do que aquilo para um recém retirante e ex-pastor da ICM. Em uma reunião na casa de uma irmã fiquei escandalizado com a descompostura das pessoas.

Depois disso, parecia que minha decisão seria fácil. Mas, alguma coisa me incomodava. Eu não entendia a razão desses dois grupos coexistirem separadamente, já que todos haviam saído da ICM e buscavam as mesmas coisas. Eu me perguntava: por que duas denominações?

Fiz essa pergunta aos pastores mais chegados a mim e como percebi que eles não tinham respostas razoáveis, entendi que eles poderiam estar unidos. Conversando com os dois lados, consegui marcar uma reunião com os pastores de ambas as igrejas. Essa reunião foi agendada para acontecer na casa do meu cunhado, o Pr. Delfino, da CEEN.

Um dia antes da reunião, conversei com o Pr. Ademir e ele me disse que não tinha vaidade nenhuma de sua parte e que nós poderíamos decidir o que quiséssemos. Da parte dele, não haveria objeções, mesmo que a decisão fosse para submetê-lo à autoridade de outro ministério. Disse, também, que nem mesmo participaria da reunião, para nos deixar à vontade para decidir.

Naquela reunião estavam presentes o Pr. Delfino e o Pr. Robinson, representando a CEEN. Por parte da ICA estavam o Pr. Carlos Alberto e o Pr. Márcio. Eu não sei onde estava o Pr. Fonseca, mas ele não estava presente. E eu? Não era nem de uma e nem de outra, mas estava ali como quem estava promovendo o diálogo.

Depois de muito blá-blá-blá percebi que a ICA estava em uma posição de superioridade e que não tinha interesse na união da igrejas. Talvez isso se devesse ao bom momento que eles estavam vivendo. Por outro lado, a CEEN parecia ser uma igreja fadada ao insucesso.

Seja como for, depois de muito refletir decidi que eu deveria ajuntar-me aos piores.

O tempo foi passando e o Pr. Fonseca deixou a ICA e foi para o Caminho da Graça, do Pr. Caio Fábio; o Pr. Carlos Alberto mudou-se para os Estados Unidos e o Pr. Roberto Ninaut segregou-se do Pr. Venâncio, formando uma congregação independente. Com todas essas variações, por ironia do destino, alguns anos depois a CEEN incorporou a ICA pela parte que cabia ao Pr. Venâncio.

Depois de viver tudo isso em muitos outros detalhes aqui não narrados, tenho uma certeza em meu coração: a união está no coração de Deus e a divisão é fruto da vaidade dos homens. Onde o amor (atitude) prevalece, os pretextos egoístas que promovem a divisão caem por terra. Não há revelação sectária que subsista diante do mandamento do amor.

"27 A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Lucas 10:27)

"1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. "2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. "3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. (...) 8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;" (1 Coríntios 13:1-3; 8)

Pr. Sandri, eu bem sei que a CEEN na região serrana do Rio de Janeiro padeceu muito neste último ano por causa da segregação dos ministérios. Mas, espero que você note que esse não é o exemplo que temos em nossa história e não é isso que Deus tem para nós. A esse respeito, louvo a Deus por vocês terem acordado em tempo. Creio que este último seminário serviu para conscientizá-los de que nós só somos fortes se estivermos unidos. Não há vaidades em nosso meio. Não queremos impor nada que contrarie a consciência de vocês. Antes, permanecemos pacientes em oração por todos e hoje tenho a certeza de que fizemos a escolha certa.

Digo isso não só por seu e-mail, mas porque ouvi o testemunho dos demais pastores da região e percebi que hoje, à exceção do Pr. Roberto (que Deus o abençoe), ninguém quer mais caminhar de modo independente. Antes, vejo que todos querem seguir não as nossas ordens, mas os nossos exemplos.

Isso foi decisivo para mim há 8 anos, pois eu não vi na CEEN pregadores fantásticos, organização ou estrutura ideais, mas vi o exemplo de um homem humilde, sem vaidades e despojado de si mesmo e acreditei que esses eram os passos que eu deveria seguir.

Por isso, amado, admirei sua postura na organização administrativa do nosso seminário, pois eu bem sei que você é um pastor de grande potencial, mas demonstrou a principal característica que um homem de Deus deve possuir: a humildade diante daqueles que não são melhores do que você. Digo isso não só a seu respeito, mas em relação a todos os pastores que estiveram presentes no seminário, ouvindo, humildemente, o que tínhamos a dizer e aceitando a oração de nossa parte.

Nisso, mais uma vez, percebi o poderoso efeito que o Seminário (SRV) teve na região. A consciência veio de Deus, embora tenhamos sido os pregadores do evento.

Eu sei que você e tantos outros que estão conosco poderiam ingressar em outra denominação com mais nome, com mais membros, com mais estrutura e com mais coisas a oferecer do que nós, mas sei que o maior desafio para nós hoje é descermos na mais profunda humilhação com a esperança de sermos tratados e, depois disso, se formos aprovados, levantados por Deus, a seu tempo.

"12 Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade." (Provérbios 18:12)

Enfim, amado pastor, sou grato a Deus por perceber que você tem compreendido essas coisas. Não só você, mas a todos os que estão com vocês nessa batalha pela fé, sem honra nem glória da parte dos homens.

Aproveito para agradecer, também, aos irmãos de todas as igrejas do Rio de Janeiro que nos ajudaram com orações e oferecendo-se como trabalhadores neste evento. Peça aos irmãos que leiam e ouçam os testemunhos maravilhosos do que Deus fez neste seminário e eles se alegrarão ao ver que o trabalho que prestaram serviu grandemente para abençoar outras vidas. Esse é o nosso pagamento e recompensa. Já publiquei alguns testemunhos e ainda tenho outros a publicar, mas não posso publicar todos, por questão de preservação da intimidade dos irmãos. Em todo caso, sei que a vida de cada participante deste seminário será um testemunho vivo onde eles estiverem.

Muito obrigado pastor!

Quanto à sua proposta de novos seminários, saiba que estou pronto para cooperar. Só preciso conciliar a minha agenda antes de dar uma resposta definitiva. Em novembro teremos em Brasília o Seminário de Princípios, nível 2. Também, recebi dois pedidos de seminário do Pr. Emanuel. Ele quer que façamos o “Seminário de Oração” e o de “Encontro com Deus”. O segundo depende do número de novos convertidos e, de antemão, peço que você repense a proposta de seminário para julho, pois por ser um mês de temporada de férias o custo se eleva sobremaneira para nós e para os irmãos que se deslocam de outras regiões. Mas, se esta for sua opção, conte conosco! Afinal, a fé sem atitude é morta! Deus proverá!

Deixo um grande abraço a todos.

Pretendo estar com vocês no aniversário da CEEN em Parada Angélica e no próximo dia 6 de abril estarei em Vila Velha-ES para planejar lá um Seminário de Princípios.

Conto com o apoio de vocês!

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

 
 

 

 

 

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